sexta-feira, 18 de março de 2011

Legalização das drogas/Entrevista com Edgar Resplandes

                                                                                                                    18/03/2011
Eu pergunto sobre o que ele acha da liberação de drogas para consumo?

Edgar diz:
A política que eu penso é mais liberal.
O primeiro de tudo é deixar de tratar usuário como criminoso ou contraventor ou qualquer nome que deixe ele a margem, isso causa muita resolva e exclusão, isso junto como uma nova educação.
Ter sites específicos do próprio estado falando de todas as drogas, potencial de dependência, efeitos colaterais, possibilidade de overdose..., mas jogar a real mesmo, sem mitos, com informações científicas verídica., legalizar as que praticamente não trazem danos ao corpo ou poder dependência química, principalmente as que têm finalidades medicinais notórias.
Muitas pessoas com doenças graves sofrem porque maconha é ilegal.

E dessa forma o Estado não tem o mínimo controle. Eu sou dos que acreditam que o Estado deve se meter o mínimo possível na vida íntima das pessoas, e a proibição ainda "incentiva" a produção de novas drogas. Se tu soubesse quantas drogas novas estão sendo vendidas da europa pro brasil, drogas que ninguém sabe ainda quais são as consequências. Claro que não dá pra liberar coisas como crack, heroína...

Eu comento:
A questão é que o brasil não tem estudos sociais com uma profundidade específica direcionado para as drogas, e logo é um país com uma desigualdade social e econômica sem comparação, então fica difícil traçar um plano pra isso.

Edgar diz:
Tem esse lado também. O freud é que a política repressora não tá dando resultados

Mas no meu planejamento também não seria qualquer pessoa que poderia usar, e o quanto quisesse
por exemplo, digamos que legalizou a maconha quem quiser usar deve fazer um cadastro, passar por uma avaliação psicológica. E receber a autorização para plantas 3 pés por exemplo ou comprar 5g por semana. O controle poderia ser feito através do cpf

Eu pergunto:
Mas não acha que isso seria burocrático demais?
E os jovens poderiam usar?

Edgar diz:
Ficaria num cadastro nacional, e não daria pra comprar 5g num coffe shop, pois se já tivesse passado da quantidade, seu cadastro estaria bloqueado.
Maiores de 18 anos que goze de plenas faculdades mentais
Seria burocratico só no começo, porque muita gente iria querer fazer a princípio...mas depois a poeira baixa
O mais importante é tirar o usuário das mãos do tráfico. Traficante não tem ética

Agora pensando a longo prazo, pelo menos na teoria, digamos que com isso o tráfico vá enfraquecendo e o Estado vá tomando conta dos usuários. O Estado pode controlar que fique em circulação as drogas mais leves.

Eu pergunto:
Mas se a situação sair fora do controle?

Edgar diz:
Já está.

Eu vi uma estatística de que em 2002 ou era 2000 5% dos dependentes químicos era usuários de crack
E em 2008 55% dos dependentes sao usuários de crack.
A maioria desses criminosos que andam fazendo assaltos nas ruas são nada mais nada menos que dependentes de crack.
A espectativa de vida de um dependente de crack é semelhando da de um de ópio.
E é isso que o traficante faz, viciar as pessoas, principalmente os jovens(desinformados).
Isso que eu vou te falar agora não passa na tv, mas o crack que circula hoje, não é o mesmo de 2 ou 3 anos atrás. O que era lixo, ficou ainda mais lixo. É ainda pior. Mata ainda mais rápido e vicia muito mais rápido ainda.


Ele ainda fala sobre o uso de substâncias ilícitas, no Brasil, mas sendo usadas em outro países para fins científicos:

Edgar diz:
E pra tratar dependentes químicos, as drogas psicodelicas têm se mostrado bastante eficiente. E não acusam dependência química nem psicológica.
E os psicodelicos servem também para vários outros problemas psicológicos. Principalmente a depressão.
Na holanda todo tipo de dependência pode ser tratado com lsd...desde cigarro até ópio.
Na suíça, usam cogumelos mágicos em doentes terminais. Isso faz com que eles vejam a morte de uma forma diferente, e normalmente terminam suas vidas de forma satisfeita, sem lamentações.
Outra vez eu vi uma estatística, essa não tenho certeza:  80% dos dependentes químicos que procuram "tratamento" em centros que usam ayahuasca(que também é um psicodelico)consegue uma boa recuperação.


Agora voltando ao brasil.
Ano passado foi divulgado um estudo de uma faculdade ou universidade em são paulo, onde um psiquiatra acompanhou 20 dependentes de crack que estavam tentando parar de usar crack fumando maconha.

O combinado era que a cada vez que sentisse vontade de fumar crack, fumasse maconho.
Todos eles tinham dois encontros semanais para conversar e tal
O estudo durou 1 ano. 
Desses 20, 2 desistiram, 2 continuaram a fumar crack e maconha e 16 pararam de fumar crack, alguns pararam com tudo, outros ficaram com a maconha. 
Sendo que, no início fumavam cerca de 7 baseados por dia, pois os sintomas de abstinência eram muitos fortes. Ao final, os que ainda fumavam maconha, fumavam dois a três cigarros de maconho por dia.
Esse estudo foi praticamente censurado no brasil, o psiquiatra quase foi preso m
as parece que houve algumas reportagens nos estados unidos sobre isso.


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